quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Reflexões impróprias para o seu Natal

Disciplina é a instrução, a educação. Discípulo é aquele que recebe a instrução, a educação. Os dois andam de mãos dadas, não há um sem o outro.
Por que falar sobre isto no Natal?
Aquele que quer receber a instrução, a educação de Jesus Cristo, ou seja, aquele que quer ser discípulo dele, deve seguir a sua disciplina, deve obedecer as regras dele. E a regra básica, sem a qual não é possível receber as suas instruções, diz o seguinte: "Qualquer um de vós se não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo." (Lc. 14,33) Esta é a cláusula fundamental da disciplina de Jesus Cristo. Os discípulos se submeteram a ela. Os primeiros cristãos se submeteram a ela. Judas tornou-se traidor porque não quis mais se submeter a ela. Pedro se submeteu a esta regra e recebeu as chaves do Reino de Deus. A Igreja Católica Apostólica Romana infringiu esta regra e desligou-se do Reino de Deus pregado por Jesus Cristo. Maomé revoltou-se contra os cristãos que não seguiam os ensinamentos de Cristo, fundou uma nova religião, mas também não se submeteu a esta regra básica do Reino de Deus pregado por Jesus Cristo. Lutero rebelou-se contra a Igreja Católica, mas tampouco observou a regra básica. As milhares de religiões que se ergueram e continuam aflorando observam nos mínimos detalhes os evangelhos, mas nenhuma se submete a esta regra básica. Filtram mosquitos, mas engolem um camelo.
Conclusão: Por mais que levemos os nossos filhos para serem batizados em nome dele, por mais que nos filiemos às religiões para professar o nosso amor por Cristo, por mais que nos recusemos a participar de qualquer religião e insistamos que estamos com ele ao nosso modo, ... por uma questão de inteligência, de lógica, de coerência, de retidão, de ética, somos obrigados a admitir que não há discípulos de Cristo. Sem discípulos não há disciplina cristã, sem disciplina cristã não há aprendizado dos ensinamentos de Cristo, não existe volta de Jesus Cristo, muito menos construção de seu Reino. Por outro lado sem Jesus Cristo, sem discípulos de Jesus Cristo há violência crescente, destruição em ritmo cada vez mais acelerado da vida no planeta terra. Santos são aqueles que apostam sua vida no além, malucos são aqueles que apostam sua vida para que as gerações futuras tenham vida plena na terra. Daí questiona-se: Se o Natal é uma festa em homenagem a ele, qual é o sentido dessa comemoração? Não marca esta festa justamente o triunfo absoluto dos valores contrários à sua disciplina?
Um discípulo de Cristo tem a solução não só para o aquecimento global como também para os males que cobrem a terra. Não adianta querer falar em nome de Jesus Cristo se não nos queremos submeter a sua disciplina. Se nas conferências sobre meio ambiente e aquecimento global pelo menos houvesse um para falar em nome dele! Ele é o único que eu conheço que ensinou com coerência como alcançar a paz, a liberdade, a fraternidade, a igualdade, a justiça social. Penso que é hora de resgatar a verdadeira história deste homem que lutou junto com os que o seguiram de um modo inédito e revolucionário para que avançassemos a um mundo de seres humanos livres e soberanos que preservam o equilíbrio de um planeta ímpar. Quem não quiser usar o nome dele, que fale em nome da justiça, que fale em nome de todas as leis e valores que criam e preservam o equilíbiro da vida em nosso planeta. É a mesma coisa. Não tolero e não suporto mais as aberrações ditas e feitas em nome dele.
Mas deixa estar, tudo tem o seu tempo. De minha parte vou empenhar minha vida na reconstrução da família dos doze. Já que fui eu que os traí. A bandeira dele é esta, a disciplina dele é esta: "Qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo." Enganam-se os que consideram isto um voto de pobreza. Trata-se antes de uma vida plena e de uma riqueza coletiva. Esta é a disciplina para quem quer colocar-se ao lado dele, para quem quer construir um Reino justo com ele. Então esta é também a minha disciplina e para todo aquele que quer estar com ele. E quem não está com ele está contra ele, quem não recolhe com ele, espalha."

Obs. Ver filme "A vida desconhecida de Jesus" de Kent Dobson - http://video.msn.com/


Alceu João Gregory

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Com qual destas duas a sua família se parece mais?




Acompanhe uma breve comparação entre estas duas famílias. Vejamos primeiro a família de Jesus. Eles estão reunidos para a construção de um reino justo. Reunidos para cumprir a vontade do Pai. Unidos por causa da mesma idéia. Qual era a condição para fazer parte desta família? Lc 14,33 - "Qualquer um de vocês, se não renunciar a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo". Esta é a pedra fundamental do cristianismo. Qualquer um destes doze teve de largar todas as posses para atingir a condição de discípulo e se integrar nesta família. Esta família depois cresceu rapidamente conforme podemos ver em Atos 2, 44-45 - "Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum, vendiam as suas propriedades e os seus bens , e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um" e 4,32-37 "A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era comum.... todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas, e traziam o preço do que tinham vendido e depositavam-no aos pés dos apóstolos..." No cap. 5 de Atos podemos ver claramente que quem não observava esta condição não podia fazer parte desta família.

Esta é a família predestinada a reinar sobre a terra. Nela não há propriedade particular, nela não há hierarquia (o mais importante lava os pés dos demais) e o dinheiro só existe para eles enquanto não fizerem o reino de Cristo prevalecer sobre a terra.
O que sobrou desta família? "No domingo, a família Gregory realizou seu 18º encontro. Na parte da manhã foi celebrada uma missa, na Igreja Matriz. Depois, os familiares se encontraram no Renascença Taquari Tênis Clube, onde foi servido churrasco, seguido de sobremesas variadas." Penso nesses encontros, quando todos se reúnem. Percebo a luta que cada um tem de travar para ter um teto, comprar a sua casa, o seu carro, as suas propriedades, educar os seus filhos e dar segurança para todos. Cria-se sempre aquele clima de expectativa: quem vem com que roupa, com qual carro, com que presentes etc. Penso nos conflitos que a disputa por propriedades gerou e gera entre os próprios familiares...

Para dizer a verdade começo a sentir um mal-estar. Não devia a família Gregory, como família cristã, todo mundo batizado e "fiel" aos ensinamentos de Cristo, não devia esta família refletir o modelo da primeira família cristã?

O espelho em minha frente, o vidro que cobre a mesa da Santa Ceia, aos poucos, reflete a minha verdadeira imagem e começo a entender melhor porque a minha família não é um espelho da família de Jesus. Eu sou aquele que há dois mil anos se afastou desta família e eu ainda lembro bem o motivo. Eu temia pela minha segurança, eu precisava do dinheiro para comprar aquele campo. Que segurança estes doze podem me oferecer? Como vou educar os meus filhos? Comprar o meu carro? Garantir a minha aposentadoria? Fazer as minhas viagens?

Aos poucos a minha traição, com a morte da familia de Jesus, foi espalhando os seus frutos pelo mundo afora. Muitos roubos, muitas mortes, prisões, guerras, fome... foram tomando conta deste planeta. O dinheiro e a luta pelas posses hoje definitivamente ameaçam a vida na terra. Aquele campo tornou-se de fato um sinônimo de autodestruição.

Senhor, como queria que a minha família fosse como a tua! A minha traição já custou muito, mas só agora percebo o que ainda está por vir. Tende piedade! Manifesta-te novamente! Reconstrua a tua família! Dá uma chance a este Judas, teu traidor!
Sei que não sou digno de confiança! Não me importo que me atirem pedras, desde que não quebrem o seu próprio espelho! Não permita que mais gerações paquem o preço dos meus erros!
O que há por detrás do 21/12/2012 - Três vezes o número doze. 21, o doze invertido, lembra Jacó e os seus doze filhos, a história antes de Cristo, as doze tribos de Israel. O 12 do mês de dezembro lembra a família de Jesus, o mês do seu nascimento. E o 12 do ano de 2012? Seria ele um sinal da volta desta família que vai enfim encher a terra da sabedoria divina, estabelecendo um reino justo e eterno?


Alceu João Gregory