terça-feira, 29 de junho de 2010

Um só corpo e um só espírito



Assim viviam as velas, felizes por terem a luz, mas tristes por se saberem finitas. Um belo dia uma pôs-se a refletir: "Qual o sentido da minha existência senão produzir luz e se o fogo que está em mim há de se acabar? O que posso fazer para que esta chama não se acabe?"

Depois de muita reflexão e vendo que as outras se confrontavam com o mesmo problema, ela se dirigiu às suas amigas e disse: "Se nos unirmos e formarmos uma chama só, nós seremos o mesmo fogo e quando uma se consumir por completo, ela não precisa temer o fim da sua luz, ela continuará viva na chama que está acesa."

Felizes com a ideia, as primeiras doze se uniram e formaram uma chama só. Vendo que isto era bom, outras velas foram se juntando às doze, até formarem uma grande labareda, que ia se fortalecendo, de modo que nunca mais a chama se extinguiu. Alcançaram assim a vida eterna.


"Por isso te peço, ó Pai, para que sejam um como tu e eu somos um." O autoconhecimento e o senso de justiça de Jesus Cristo eram tão grandes que o levaram a entrar numa sintonia perfeita com as leis que regem o universo e a vida, superando assim o conceito de morte. "Eu sou a ressurreição e a vida! Quem crê em mim, ainda que morra viverá. E quem vive e crê em mim jamais morrerá." A vida está nas ideias. (O nosso corpo representa a vela; as nossas ideias, o fogo). Elas são a luz do corpo e são a luz do mundo. Se as minhas ideias projetam um mundo perfeito e eu vivo este mundo perfeito, então quero me unir a mais doze, que fortaleçam esta ideia, formando um só corpo e um só espírito. Quando o meu corpo for-se embora, as minhas ideias continuarão vivas. E eu sou essas ideias. Não morrerei enquano elas estiverem vivas. Portanto, "vão e ensinem ao mundo tudo o que ensinei a vocês. Vocês são a luz do mundo. Quem vos recebe a mim recebe." Se quero viver, portanto, preciso unir-me ao outro. Ele é na verdade a minha vida. Assim como eu preciso dele, ele precisa de mim. A preocupação central está então em se ter ideias justas, fortalecer estas ideias e iluminar com elas o mundo.
Dentro deste contexto todos os ensinamentos de Jesus ganham uma força extraordinária. Levar ao outro esta luz é uma questão de vida ou morte. Aqui percebemos também porque esta união plena, só pode ser alcançada na ausência da posse. Da mesma forma como as minhas ideias não conseguem se desprender dos meus bens materiais, elas também não conseguem se desprender de mim. Elas sempre estarão orbitando em torno de mim, jamais conseguirei ultrapassar a barreira do "eu". Viverei como alguém que tem data de validade. Para romper com esta barreira, preciso sair da minha prisão. Preciso remover todos os bloqueios que me impedem de unir-me plenamente ao outro.
Aqui entendemos porque os primeiros cristãos viviam unidos e tinham tudo em comum. E eram capazes de suportar toda espécie de perseguição. Assim o pão e a água sempre serão distribuídos de modo equilibrado para todo o corpo. Estão unidos de modo a formar um só espírito e um só corpo, o que garante uma vida justa, plena e eterna. Esta forma de união trás uma perspectiva absolutamente nova. Mas devido às perseguições, em algum momento, a prática desta ideia se perdeu. E hoje o mundo aguarda a sua volta.
Jesus Cristo está para voltar, se ele precisa voltar é porque morreu. As suas ideias foram perseguidas até a morte. Mas como ele vai ressuscitar dentre os mortos? Como ele vai chegar novamente naquelas velas que estão ardendo cada uma no seu quintal, chorando aquelas que morreram? Antes disso, como ele vai reconhecer-se a si mesmo? Como ele vai saber que as ideias mortas há quase dois mil anos são as mesmas que agora voltam a estar com ele? Primeira condição: é uma ideia justa, ela posta em prática, traz o equilíbrio. Segundo: trata-se de uma ideia que até então estava morta. Terceiro: se preciso, irá para a cruz por esta ideia, mesmo que sozinho. Quarto: Não vai utilizar de armas para defendê-la.
Galileu Galilei conseguiu a duras penas provar algumas leis que regem o universo. Foi perseguido por longos anos. Só recentemente houve um pedido de desculpas, onde foram usadas as mesmas frases que Galileu usou para se justificar: "A Bíblia não está errada, é que pessoas a interpretam de modo errado."
Os que confiamos em Cristo, sabemos que as suas leis postas em prática constroem um reino justo. Precisamos unir-nos como ele ensinou e descobrir todo o poder que se oculta a quem não experimenta esta união. Estou procurando a mais de um ano publicamente pessoas que queiram se unir como os primeiros cristãos. Por que não encontro sequer um?
Como agora nada mais me prende, preparei-me durante anos para que pudesse me dedicar exclusivamente a este projeto, quero poder apresentá-lo e principalmente vivê-lo. Mas eu estou com um desafio imenso, como vivê-lo se estou sozinho? Como mostrar a sua autenticidade? Galileu tinha os astros e os seus movimentos que não o deixavam mentir. Preciso de doze pessoas que vejam o que estou vendo, elas serão os meus astros. Sem elas nada sou. Ou melhor, sou aquele que traiu Jesus. Darei a minha vida para que aqueles doze voltem a andar entre os homens, voltem a falar, voltem a se unir como naquela época.
Mas quem sou eu para que mereça ser ouvido? Como fui o único que decepcionei o Mestre, o que não entendeu aquela união, eu sou de fato o último da lista. Mas veja, até nisto as suas profecias se cumprem: "os últimos serão os primeiros". Como posso ter sido eu, o primeiro a ressuscitar dos mortos? Quem seria o próximo? Felipe? Tiago? João? Só Ele sabe! Talvez eles nunca mais queiram falar comigo! Talvez eu seja apenas o começo de uma nova história. Talvez chegou a minha hora de experimentar o que Ele experimentou. Não sei! De qualquer modo, estou feliz com a parte que me cabe.
Alceu João Gregory

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Copa na África: Adoração ao bezerro de ouro?

Quando Moisés em meio ao deserto sobe ao Monte para orar, o povo, cansado de esperar pela sua volta, resolve fabricar um bezerro de ouro. Quando enfim Moisés volta com as Tábuas da Lei, encontra seu povo dançando e pulando em volta do mesmo bezerro.
Seria a Copa do Mundo uma adoração a um bezerro de ouro? A imagem é bem sugestiva! Feita por alguns riquinhos, todos residentes na Europa; em volta, os pobres, todos pulando e adorando esta estátua de ouro. Enquanto isto, nuvens negras pairam sobre o planeta.
Africa, quantos pequeninos estão passando fome e sede? Quantos são doentes ou peregrinos?
A grande sacanagem de Satanás é a sua capacidade de anular movimentos autênticos. Quando surge alguém de peso, ele oferece de início uma forte resistência, mas se ele não consegue derrotá-lo, trata logo de tornar-se amigo, enredando o adversário de modo que perca a sua força. É justamente neste gesto de engrandecer os seus adversários que ele acaba por tirar-lhes o poder. Eles ganham os aplausos, mas a causa pela qual lutaram está longe de ser resolvida. A luta de Nelson Mandela é sem dúvida uma vitória. Mas a miséria que separa brancos e negros continua escancarada. A exploração na Índia de Gandhi, antes feita por ingleses, agora é feita por outros.
Do mesmo modo que tira o poder de Mandela, de Gandhi e de tantos outros, este memo Satanás ilude bilhões de pessoas, levando-as a acreditar que estão seguindo os ensinamentos de Cristo. Mas ele as mantêm sob o seu cabresto. Deixa que as religiões ensinem apenas aquilo que não mexe na estrutura da pirâmide: Os ricos em cima e os pobres embaixo. E saber que Jesus morreu na cruz por causa de um Reino justo!
Então qual é o ensinamento que o Diabo esconde a sete chaves? "Qualquer um de vós se não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo." Lc 14,33
E assim ele vem iludindo a humanidade há milhares de anos. Ele sempre encontra uma brecha, leva a humanidade a acreditar que está seguindo a Lei, até o momento em que chega alguém e o desmascara. Aí começa nova tentativa. Quando estaremos maduros para desmascará-lo definitivamente?
De tão ardiloso que é, ele já colocou na cabeça de seus seguidores, que a humanidade terá de enfrentar o anticristo, que está por vir. E as pessoas acreditam nisto. É como se ele fosse o Cristo e o que vem para resolver definitivamente os problemas fosse o bandido.
Florestas destruídas, águas poluídas, aquecimento global, 1 bilhão de pessoas na linha da pobreza, violências intermináveis, ogivas nucleares pairando sobre nossas cabeças... É isto o Reino de Deus? Os líderes das nações juram sobre as suas bíblias que sim!
Não parece tudo pronto para a volta daquele que foi ao Pai? O que dirá aos líderes e a todas às pessoas que negligenciaram a base dos seus ensinamentos? Será que vai arrancar das Escrituras esta página e rasgá-la, imitando Móisés que quebrou as Tábuas da Lei na frente de seu povo?
O problema de Jesus é mais grave. Moisés ao voltar do Monte Sinai não teve problema de ser reconhecido. Todos sabiam que aquele era o Moisés. Jesus Cristo prevê no Evangelho não só um desvio total de conduta de seu povo, mas pior ainda, ele prevê que o povo não vai mais reconhecê-lo: "Mas quando vier o filho do homem, acaso achará fé sobre a terra?" Lc. 18,8
Jesus Cristo conhece o seu inimigo a tal ponto que sabe exatamente o que ele vai fazer para anular o plano divino. Veja! Depois de levar Jesus à cruz, conseguiu mais tarde tirar o povo do caminho claramente traçado. Como se isso não bastasse, descaracterizou a imagem de Jesus a tal ponto, que jamais pode haver na terra homem parecido com ele. Desta forma, os seus seguidores estão esperando há dois mil anos e vão esperar mais um bilhão de anos alguém que não pode existir. Isto é absolutamente demoníaco, pois que para Jesus a coisa mais natural é ser como ele, pois que todo ser humano foi feito à imagem do Pai: justo (todos os bens do Pai pertencem de modo igual a todos os seus filhos, não há posses), tudo é gratuito (não podeis servir a Deus e ao Dinheiro), não há hierarquia (todos são igualmente importantes). Este é Jesus Cristo: um homem sem posses, que condena o dinheiro e a hierarquia. Os primeiros cristãos são a prática destes valores. Eles são o próprio Jesus Cristo. Se hoje não temos uma sociedade assim, é porque Jesus Cristo está morto.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Declaração

Segundo Jesus Cristo, "qualquer um de vós se não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo." (Lc 14,33)
De acordo com esta lei, eu, Alceu João Gregory, convicto das ideias de Jesus Cristo, renuncio a todas as minhas posses em favor do Reino pregado por Ele.
Desta forma, tudo o que conquistei em bens materiais e tudo o que for conquistado será depositado aos seus pés. Já não são bens particulares, mas universais.
Reinauguro um novo reino. Não um reino fantasioso, posto no além, mas um reino concreto. Eu sou este reino, ainda que do tamanho de um grão de mostarda.
Começa aqui meu aprendizado com Cristo. E a primeira lição que acabo de aprender é esta: Não é possível enxergar nem entrar o mundo Dele sem observar a lei acima. Já não sou deste mundo, estou com Ele em um novo mundo. E este novo mundo há de se espalhar por toda a terra, pois ele é simplesmente maravilhoso. Quem o experimenta não quer mais sair dele. Para experimentá-lo precisei renunciar a muito pouco. Mas mesmo que fosse dono de todas as casas, apartamentos, empresas e terras do mundo, nada se compara a este reino. Esta é a maior sensação de riqueza que já experimentei e é também a maior riqueza que se pode oferecer a alguém.
O livro "Tomai e Comei" no site Mesa do Editor, aberto ao público, é apenas o relato da minha experiência. Mas nenhum livro pode sequer aproximar-se da verdadeira dimensão desta experiência. Não há como escapar à própria experiência para entendê-lo de fato.
Jesus Cristo separou o tempo em antes e depois Dele. Isto já é um fato. Ele disse que sua mensagem seria espalhada pelo mundo todo. Isto já é um fato. Ele disse que sua lei seria observada em toda a terra e vai estabelecer assim um reino justo. Isto ainda não é um fato.
Como é possível ainda a existência de tantas cabeças duras desafiando o poder de Jesus Cristo, zombando Dele? Como podem ser tão cegos, tão estúpidos? Recusam-se a viver num paraíso!