terça-feira, 13 de setembro de 2011

Que vivam os mortos!

            Cansado de procurar entre os vivos alguém que estivesse disposto a seguir comigo fielmente os ensinamentos de Jesus Cristo, pedi a ele que me levasse ao mundo dos mortos. E ele me levou. Vi ali uma multidão infinita. Todos apontavam para ele e diziam:
- Mestre, tu és o Senhor da vida! Dá-nos uma segunda chance para mostrarmos aos vivos como os teus ensinamentos salvam.

Olhando para mim como quem entende a pergunta, ele disse:
 - Qualquer um deles terá uma segunda chance, mas é preciso que alguém do mundo dos vivos dê a vida por eles.
            Senti então uma tristeza profunda, uma solidão insuportável, como quem espera eternamente por alguém que não vem. Ao ver meu irmão ali não tive dúvidas, dei-lhe a minha vida para que pudesse ter uma segunda chance.
            Saímos de lá de mãos dadas, Jesus Cristo, meu irmão e eu.
Mas andando pelas ruas, conversando com as pessoas, não nos veem, nem ao mestre nem ao irmão nem a mim. Perguntei perplexo aos dois:
            - Por que não nos veem?
Rindo, me explicaram:
            - Somente aquele que desce à mansão dos mortos e/ou aquele que dá a sua vida por amor aos irmãos pode ver e compreender.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Qual a missão de um servo de Cristo?

"Eis o meu servo, eu o recebo; eis o meu eleito, nele se compraz minha alma. Pus sobre ele o meu espírito para promover o julgamento das nações. Não clama nem eleva sua voz nem se faz ouvir pelas ruas. Não quebra um caniço rachado nem apaga um pavio que ainda fumega, mas promoverá o julgamento para obter a verdade. Não esmorecerá nem se deixará abater enquanto não estabelecer a justiça na terra. As nações distantes esperam os seus ensinamentos.
Eu o Senhor te tomei pela mão e te chamei para a justiça. Te formei e te constitui como centro de aliança para o povo, luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, livrar os cativos da prisão e tirar do cárcere os que vivem nas trevas." (Is 42, 1-7)

terça-feira, 5 de julho de 2011

Cremos no mesmo Deus?

Deus é aquele ao qual obedecemos, para quem ofertamos nossas energias  e pelo qual somos capazes de grandes sacrifícios. É aquele pelo qual lutamos do amanhecer até tarde da noite e não nos cansamos nunca de buscá-lo, faça chuva, faça sol. E quando o encontramos, o nosso coração vibra e se fortalece. Quanto mais perto estamos dele, mais o queremos conosco e quanto mais o buscamos com seriedade mais ele fica conosco.
Por isso nossa confiança repousa sobre ele. Nos momentos mais difíceis ele está do nosso lado para nos aquecer, nos dar conforto e segurança. Na sua presença tornamo-nos fortes e não nos deixamos abater.

Qual é o seu Deus senão aquele no qual você mora, no qual você anda, no qual você se concentra? O nosso Deus não pode ser o mesmo porque andamos com Deuses diferentes, moramos em Deuses diferentes e somos comandados por Deuses diferentes. O nosso Deus não se deixa dividir. Porquanto sempre será um Deus injusto que colhe onde não semeou e nunca será todo poderoso.

"Sois Deuses. Sois todos filhos do Altíssimo. Contudo morrereis como simples homens, como qualquer príncipe caireis." (Sl 81?)

sábado, 21 de maio de 2011

Deus castiga?

Se eu, imperfeito, que tantas vezes feri pessoas, tornei-me um homem incapaz de ferir, imagina então Deus! Ele em sua bondade infinita jamais vai castigar alguém.
Quem castiga é o  Demônio e depois de fazê-lo põe a culpa em Deus.

Sirva de exemplo o caso das enchentes. Quem primeiro sofre com elas são os mais pobres. O sistema injusto do Demônio explora as pessoas e a natureza, vacila os fundamentos da terra, empurra os mais fracos para a periferia e quando vêm as enchentes, as tempestades, os terremotos etc. põe a culpa em Deus.

sábado, 23 de abril de 2011

A passagem

Para esta viagem, não há nada a se comprar.

Você só tem a perder.

Começa com aquela que você mais ama.

Ela é a primeira que, por uma série de razões, não pode partir com você.

Por isso, fica no seu canto. Nem pense em comprar esta passagem!

Por outro lado, você vai correr o risco de perder o seu emprego.

Isto seria um golpe fatal para você. Sem a sua amada, você ainda sobrevive,

Mas sem o seu emprego o mundo vai desmoronar sobre a sua cabeça.

Então fecha a sua boca e não fale coisas inconvenientes no seu emprego.

As coisas que você diz são profundas e verdadeiras, as pessoas vão admirar você por isso.

Mas não se engane, na hora H, você vai estar sozinho. Ninguém mais vai embarcar com você.

Na sua solidão estarão zombando de você. Então não faça o que fiz, você não tem de passar por isso. Fica no seu mundo, onde você sempre vai encontrar pessoas para apoiá-lo.

Se você pegar esse trem e vir pra cá, não terá mais como voltar. E aqui as coisas não funcionam como no seu mundo, onde cada um cuida da sua vida. Aqui você vê tudo em um espelho gigante e não se alegra, dando graças a Deus, pois nada de mal acontece a você. Aqui o mal feito ao outro atinge diretamente o seu cérebro e penetra na sua carne como espada cortante. Por isso, fica no seu mundo e nada disso vai lhe acontecer. Procure o máximo de segurança, mantenha as portas sempre bem trancadas e reze para que esses males não lhe perturbem. Essa é a melhor forma de se proteger. O menor vacilo pode ser fatal. Se você der uma brecha, pode ser assaltado por um sentimento diferente e querer colocar-se no caminho para cá e então você não vai ter mais sossego.

A única vantagem aqui é que você aprende a não ter medo da morte. É tipo um vale brinde que acompanha a passagem. Mas não é algo garantido, você vai precisar do outro para realizar esta passagem. Se na travessia você estiver sozinho, você fatalmente vai morrer, embora você tenha a certeza de que em algum momento e pode demorar dois mil anos, você terá nova chance. O saco disso tudo é que não dá para se salvar sozinho. Mais uma razão para você ficar no seu mundinho. Lá a salvação depende só de você. Aqui enquanto houver uma só criança passando fome, enquanto houver um só desempregado, enquanto houver uma só violência de ser humano contra ser humano, a passagem não estará completada, o pai vai cobrar na sua cara a falta daquele filho.

domingo, 20 de março de 2011

Sobre o Filho Pródigo

O filho mais moço pede ao pai sua herança porque não quer compartilhar aquilo que lhe pertence com o irmão e o pai, pois acredita que a sua maneira vai se sair bem melhor.


O pai, mesmo sabendo que o filho mais moço com essa atitude iria se esborrachar, não o impede de agir a seu modo. O pai sabe que a única maneira de educar seu filho é permitir-lhe o erro. Quando o filho ficar sem alimentos, maltratado, escravizado, sem liberdade de escolha, então vai lembrar-se do pai.

Somos nós o filho pródigo que insiste em não compartilhar os bens. Mas estamos muito próximos de voltar para a casa do pai e do nosso irmão que nos dão a lição da partilha.

terça-feira, 1 de março de 2011

Às três Marias

Cristo nasceu para fazer justiça às três Marias:
Maria, mãe, Maria, irmã, Maria, mulher.
Todo filho será como o de Maria:
Não esmorecerá nem se deixará abater
Enquanto não estabelecer a Justiça na terra.
Prefere morrer a lavar as mãos perante as injustiças.
Todo irmão será como o de Maria:
Divide os bens com todos e nunca vai reclamar ao pai sua parte na herança,
Pois sabe que todos os bens lhe pertencem.
Todo homem será como o de Maria:
Seu amor por ela é infinito. Sempre vai perdoá-la
E não vai permitir que seja apedrejada em hipótese alguma.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Bemaventurados os que têm um coração de pobre...

“Bemaventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus.” Mt 5,3


Muitos interpretaram e interpretam esta bemaventurança de que é necessário ser pobre para entrar no Reino dos céus. Esta interpretação no entanto é apenas uma parte da verdade.


Vejamos: Quando falamos em Reino de Deus estamos nos referindo a um reino, onde todos são extremamente ricos. Se Deus é dono de todas as riquezas, seus filhos irão herdar todas estas riquezas e não haverá lugar para pobreza nem de espírito e nem material. A riqueza de espírito garantirá também a riqueza material.


Estabelece-se então um contrasenso: É preciso ser pobre para ter acesso a um reino extremamente rico? Isto merece uma explicação!


Se olharmos para Jesus Cristo, vemos de fato uma pobreza material. Ele não tinha posses. Estabelece também para os seus seguidores a mesma condição: “Qualquer um de vós se não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo.” Lc 14,33. Outrossim pede aos seus discípulos que levem seus ensinamentos a todas as pessoas. Isto implica que teremos ao final das contas um mundo sem posses. Então teremos o Reino de Deus, ou seja, ninguém é dono de nada ou de modo invertido, todos são donos de tudo.


Jesus insiste nesta postura em várias passagens: “Se alguém lhe toma o manto, deixe que leve também a túnica.” Trata-se de um espírito que em hipótese alguma está disposto a disputar os bens materiais. Este espírito sabe que tudo lhe pertence. Quando terminar a sua missão, que é a de ensinar àqueles que mantêm posses, àqueles que roubam, de que todos são donos de tudo, vamos reorganizar o mundo de acordo com este fundamento, quando esta missão for cumprida então o Reino de Cristo de fato estará estabelecido.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A parábola do Filho Pródigo

A parábola do filho pródigo


Resumo: Um pai tinha dois filhos. O mais moço não estava satisfeito e pediu a sua herança ao pai. O pai deu-lhe a herança, o filho afastou-se de casa. Em pouco tempo esbanjou tudo e começou a passar fome. Então lembrou-se do pai, junto do qual não há fome, nem violência etc. Descidiu voltar e pedir perdão. O pai o recebeu de braços abertos, vestiu-lhe as melhores roupas, colocou-lhe um anel no dedo e mandou preparar uma festa. O outro filho reclamou, pois sempre estava com o pai e o pai nunca havia feito festa alguma. Mas o pai lhe explicou que tudo sempre foi dele, mas era necessário fazer festa porque o irmão estava morto e tornou a viver.

Explicação: O pai é Deus, criador de todas as riquezas, quem está sempre com ele é dono de todas as riquezas. Jesus Cristo é o filho que sempre está com o pai. Ele deu a sua vida, foi crucificado, mas não foi possível fazer festa. Os seus seguidores foram perseguidos, mortos, caçados até que o reino que estava sendo construído por eles (veja os primeiros cristãos At 2,44-45) fosse totalmente destruído. Apenas a mensagem do reino de Deus foi passada de geração em geração e chegou até nós. O filho pródigo somos todos nós, que não aceitamos a idéia de Deus de compartilhar todos os bens, não vivemos em sua casa, onde tudo é de todos. Jesus Cristo é o filho mais velho, sempre está com o pai, e tenta nos convencer a ficar com ele: “Qualquer um de vós se não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo.” Lc 14,33

Estamos então diante de dois reinos, um é o da não posse, que é o Reino de Deus, pregado por Jesus Cristo e o outro é o da posse, o Reino do Filho Pródigo, o mundo no qual vivemos. Tudo o que foi construído por Deus durante bilhões de anos, nós, o filho pródigo, estamos gastando e esbanjando a passos largos, porque organizamos as coisas ao nosso modo. O que estamos presenciando é uma violência crescente, uma aceleração da destruição das belezas naturais. À medida que as reservas vão se esgotando ficamos cada vez mais preocupados com a nossa sobrevivência, a competição aumenta, nos tornamos mais gananciosos ainda e cada vez mais pessoas passam fome e sofrem as conseqüências de um filho estúpido que não está preparado para dividir.

Chegará o momento, e ele já chegou, em que este filho vai lembrar-se do pai. Vai lembrar-se dos ensinamentos de Jesus Cristo, vai pedir perdão e voltar para a casa.

Mas o que é voltar para a casa do pai? É colocar os ensinamentos de Cristo em prática e construir o Reino de Deus, o reino da não posse. A terra será um paraíso, onde tudo é de todos.

Quando apenas um tomar essa decisão, e for aceito, então essa volta para casa terá início e não vai cessar até cobrir toda a terra. A nossa missão em relação a de Cristo é muito mais leve. Precisamos apenas de um pequeno impulso, um pouco de coragem, sem temer as piadas que vão fazer com a gente. É o máximo que vamos ter de suportar. Mas a recompensa é imediata: a sensação de leveza, de alegria, de justiça, de vida plena não se deixa explicar. Se um tomar essa atitude, logo serão dez, vinte, mil. Todos vão poder experimentar o prazer de andar neste caminho. Ou seja, haverá uma grande festa.

Este é o motivo pelo qual o filho mais velho, Jesus, reclama com o pai. Ele, Cristo, fez tudo por nós, morreu na cruz, teve de suportar sozinho todas as dores. Agora vem este, que esbanjou tudo e logo se faz uma festa para ele. Esta reclamação no entanto é apenas simbólica. Na verdade trata-se de duas histórias do mesmo filho, pois Deus só tem um filho, Jesus Cristo. O Filho Pródigo é a morte de Cristo, o sufocamento do Reino de Deus. A volta do Filho Pródigo é a volta daquele que estava morto e tornou a vida, ou seja, o próprio Cristo. Quando lembra do pai, se arrepende. Quando entra na casa do pai, já não é mais o pródigo, mas o próprio Cristo. Ninguém entra na casa do pai se não for puro. Felizes os puros de coração porque verão a Deus. Quem é puro só pode ser Cristo. Cristo está nele e ele está em Cristo. Eles formam um só e todos que tomarem esta atitude formam um só corpo e um só espírito.

Este movimento vai começar, já começou, vai estender-se ao mundo todo e só vai parar quando ocupar todas as terras. Só quem experimentar esta volta autêntica para casa sabe do que está falando. Ela é simplesmente arrebatadora. E quando apenas uma dúzia tiver experimentado desta fonte de água viva, os que estiverem à volta também vão querer experimentar e então chegaremos ao fim de um mundo estúpido.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Que Deus estamos adorando?

Quando chove forte, quando os rios transbordam, quando os barrancos deslizam sempre atingem primeiro os mais fracos. Não seria este Deus que adoramos um Deus injusto, já que castiga sempre os mais fracos e deixa os poderosos ilesos? Ou seria este Deus ainda o mesmo Deus dos romanos que crucificaram o verdadeiro Deus?
Mas se mais de dois bilhões dizem adorar este que foi crucificado, que é um Deus justo, como explicar tanta injustiça?
A explicação é simples, os romanos apenas trocaram o nome do Deus deles e deixaram os fundamentos de um mundo injusto intacto. Donde vem a frase de Cristo: "A pedra angular foi rejeitada." Não basta ir às igrejas adorar este Jesus ou  reunir-se em casas etc. "Este povo apenas me louva com palavras." É preciso ter sede e fome de justiça.  As leis de um Deus justo postas em prática geram um mundo justo.
Mas qual é a lei de Jesus que os romanos e todas as igrejas insistem em ignorar e que mantem um Deus injusto no poder, que faz desabar todas as desgraças primeiro sobre os mais fracos? Veja Lucas 14,33.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Ama os outros como eu te amo



Tudo o que te desejo é que encontres pessoas que te amem como eu te amo. Na verdade, desejo que todos no mundo te amem assim como eu te amo. Podes encontrar muitos que te amem como eu, mas não vais encontrar em lugar algum alguém que te ama mais do que eu. O meu amor por ti é tão grande que não vou parar de vivê-lo intensamente dia após dia e não vou descansar enquanto todos no mundo não te amarem como eu te amo.


Quando este dia chegar, tu terás o mundo a teus pés, porque todos vão fazer o que faço: todos os meus bens sempre serão seus, se sofreres traição não morrerás sem saber quem te traiu, todo traidor vai ajoelhar-se a teus pés e tu poderás castigá-lo como julgares justo e mesmo que apliques os castigos mais terríveis, o que te traiu não deixará de te amar um instante sequer, e nunca mais cometerá o mesmo erro.


Todos estarão pensando em ti o tempo todo e planejando boas obras para que em cada instante encontres alguém que te mande flores, que te dê o melhor carro, que se afaste de ti quando não desejares a sua presença, e mesmo distante, sem os teus afetos, continua praticando boas obras para que os que estão perto de ti não se esqueçam nunca que tu não podes sofrer ferimento algum, seja ele psicológico ou físico.

sábado, 15 de janeiro de 2011

A missão de todo discipulo de Cristo

"Não esmorecerá nem se deixará abater, enquanto não estabelecer a justiça na terra." Is 42, 4


"Nós devemos cumprir toda a justiça." Mt 3, 15


"Ele aceita quem pratica a justiça." At 10, 35

"É nisto que se conhece quais são os filhos de Deus e quais são os do demônio: Todo o que não pratica a justiça não é de Deus..." Jo 3,10


"O injusto faça ainda injustiças, o impuro pratique impurezas. Mas o justo faça a justiça..." Ap 22, 11

Mas o que é a justiça? "Hipócritas, sabeis distinguir os aspectos do céu e da terra, como pois não sabeis reconhecer o tempo presente?  Por que não julgais por vós mesmos o que é justo?" Mt 12, 56-57

É justo crianças morrerem de fome etc etc etc enquanto outros recebem milhões? O que nós discípulos podemos fazer para acabar com isto? Se não creio que posso estabelecer equilíbrio,  justiça (fazer com que todo ser humano tenha vida em abundância) então não conheço os ensinamentos de Jesus. Ou os ensinamentos de Jesus eliminam as injustiças ou eles são uma farsa. No que depender de mim aposto a minha vida de que eles irão eliminar todas as injustiças! 


Se queremos formar com Jesus Cristo um só corpo e um só espírito temos como obrigação estabelecer a justiça na terra. Se esta não é a missão de um discípulo, para que outro motivo Cristo precisa dele?


Pois eu já estou comprometido até o último fio de cabelo com Jesus Cristo. Enquanto tiver um só ser humano passando fome, sede, sem atendimento médico, sendo explorado etc... Enquanto houver um só ladrão, um só preso, uma só traição, enquanto houver uma só violência física ou psicológica contra o menor que seja, eu não vou descansar.


Quem tem esse espírito sinta-se um só comigo, quem não o tem mantenha distância.


"Retirai-vos de mim malditos... Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; erfermo e na prisão e não me visitastes." Mt  25, 41-43


Pois eu já sou toda e qualquer criança e todo ser humano que sofre de qualquer um desses males. Se um discípulo não diz nem vive as palavras do seu Mestre, para que precisa então o Mestre do discípulo?


"Fora os cães, os envenenadores, os impudicos, os homicidas, os idólatras e todos aqueles que praticam e amam a mentira." Ap. 22, 15 

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Dois tipos de construtores

Há dois mil anos um pai partiu e deixou a seus filhos o projeto de uma casa a ser construída. Deu-lhes a entender de que só voltaria quando a casa estivesse pronta. Os filhos comprometeram-se com o projeto do pai e por nada deixariam de realizá-lo.


Deixou com eles o projeto, todas as instruções e todo material necessário para a construção da casa. Assim que o pai partiu, os filhos ficaram todos reunidos em torno do projeto e colocaram a mão na massa.


No entanto, um vizinho poderoso começou a perseguir os filhos do pai ausente, pois viu que a casa que estava sendo erguida do lado da dele era muito mais bela. Depois de anos de perseguição, os filhos foram dispersos e já não havia mais clareza quanto ao projeto.


Surgiram assim diversos grupos, cada qual com a convicção de que estava seguindo o projeto original na construção da casa. Mas até o momento, nenhum grupo conseguiu de fato erguê-la.


Há inúmeros grupos e sempre surgem outros, mas a casa a ser construída continua apenas um sonho. Estes grupos encontram-se pelo menos uma vez por semana e pedem ao pai para que volte e os ensine novamente como construir esta casa.


Num belo dia, estes grupos ficaram sabendo de um desconhecido que se pôs a cavar. Durante anos ficou ali no mesmo lugar, sozinho, colocando pedra sobre pedra e afirmava ser aquela a casa do pai que partira. Aqueles que o viam trabalhando de sol a sol, consideravam-no um louco e começaram a caçoar dele, como fizeram com Noé e com Jesus Cristo.


Depois de muitos anos, morreu e até hoje ninguém consegue acreditar que aquela seja a casa a ser construída. Mas o projeto está lá, a espera de um outro maluco que continue a construção.