terça-feira, 13 de setembro de 2011

Que vivam os mortos!

            Cansado de procurar entre os vivos alguém que estivesse disposto a seguir comigo fielmente os ensinamentos de Jesus Cristo, pedi a ele que me levasse ao mundo dos mortos. E ele me levou. Vi ali uma multidão infinita. Todos apontavam para ele e diziam:
- Mestre, tu és o Senhor da vida! Dá-nos uma segunda chance para mostrarmos aos vivos como os teus ensinamentos salvam.

Olhando para mim como quem entende a pergunta, ele disse:
 - Qualquer um deles terá uma segunda chance, mas é preciso que alguém do mundo dos vivos dê a vida por eles.
            Senti então uma tristeza profunda, uma solidão insuportável, como quem espera eternamente por alguém que não vem. Ao ver meu irmão ali não tive dúvidas, dei-lhe a minha vida para que pudesse ter uma segunda chance.
            Saímos de lá de mãos dadas, Jesus Cristo, meu irmão e eu.
Mas andando pelas ruas, conversando com as pessoas, não nos veem, nem ao mestre nem ao irmão nem a mim. Perguntei perplexo aos dois:
            - Por que não nos veem?
Rindo, me explicaram:
            - Somente aquele que desce à mansão dos mortos e/ou aquele que dá a sua vida por amor aos irmãos pode ver e compreender.

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