No dia da renovação do mundo [...] Mt 19,28 Perguntar-lhe-ão OS JUSTOS: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ... te demos de beber? Quando foi ... que te acolhemos, nu e te vestimos? .. enfermo ou na prisão e te fomos visitar?’ Responderá o Rei: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes’”. Mt 25,31-46
sábado, 10 de agosto de 2013
Você consegue ver o seu pai?
Enfim chegara o grande dia. Era o dia dos pais. O pai de todos, cansado de estar só, pois tinha mandado seus filhos em missão à terra para libertar os que haviam caído na mão do inimigo, e como nenhum deles tinha retornado, desconsolado, depois de passar tantos “dia dos pais” na mais absoluta solidão, resolveu ele mesmo descer do céu e fazer o trabalho.
Tendo descido, o todo poderoso, sentou-se em seu trono para começar o julgamento: era o dia do juízo final, o dia em que o pai iria pronunciar a sentença para os seus filhos. Ele, o justo, observou atentamente todos eles e consternado, sentiu pena deles. Lhes dera ouvidos, mas não podiam ouvi-lo, pois estavam surdos. Lhes dera a visão, mas não podiam vê-lo, pois tornaram-se cegos. Lhes dera a fala, mas não conseguiam dialogar com ele, pois haviam emudecido.
Mas eis que no meio da multidão, um dos filhos, era o menor de todos, conseguiu vislumbrá-lo. Naquele instante, pai e filho, correram um ao encontro do outro e se abraçaram longamente. Depois perguntou o filho ao pai:
Não é você aquele que iria estabelecer a justiça na terra? Não é você o que iria nos salvar de todos esses problemas?
- Sim, filho, sou eu mesmo.
Mas como isso será possível, se ninguém consegue ouvi-lo nem vê-lo? Se você não consegue nem falar-lhes e nem eles falar com você?
- Filho, você se lembra de como a mãe brigava por que a louça suja sempre sobrava para ela. Quando você aprendeu a lavar a sua própria louça?
Quando não encontrei mais ninguém que a lavasse para mim.
- Pois assim também vai acontecer com todos os meus filhos. Quando procurarem o alimento, a água, a paz, a segurança, a justiça etc e não mais os encontrarem, então vão lembrar-se do velho pai. Jesus não lhes contou a história do filho pródigo? Quando este tinha perdido tudo, em sua angústia não lembrou-se do pai? Pois bem, é assim que deve ser. Eles foram ingratos com a visão, a audição e com a palavra que lhes dei. Mas uma coisa não lhes faltará: a memória. Ela vai ser o início da salvação. Quando se lembrarem de que, antes de venderem-se ao meu inimigo, estavam bem seguros em minha casa e que nada lhes faltava, então irão colocar-se no caminho para casa. A memória vai marcar o início da volta para casa. Só de se lembrarem de mim, recobrarão o senso de justiça, e por isso a sua visão, audição, fala, tato e olfato lhes serão aos poucos restituídos.
Filho, temos tanto a conversar e tanto a fazer, por que você mesmo não me fala das suas aventuras por esse mundo e como recobrou a sua visão, a sua audição, a sua fala, enfim, a sua vida?
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