sábado, 10 de outubro de 2009

Muros na história

O aniversário de vinte anos da queda do Muro de Berlim é realmente motivo de comemoração. No entanto, se observarmos a história, nunca a humanidade se viu cercada por tantos muros.
Nos primórdios da humanidade a terra era um reino sem muros. Qualquer ser vivo podia caminhar milhares de quilômetros num mundo sem fronteiras.
No decorrer da história as fronteiras e os muros cada vez mais foram se colocando entre um povo e outro, entre uma pessoa e outra: Muralha da China, Muro de Berlim, muro entre os Estados Unidos e México, muro entre Israel e Palestina, muro entre as duas Coréias, muro entre África e Europa, muro das cadeias, muro do nosso condomínio, muro das nossas casas, muro das escolas, muro das igrejas etc.
Estas são muralhas concretas, mas há ainda as invisíveis, como a entre negros e brancos, a do preconceito contra homossexuais, preconceito contra prostituras e tantas outras.
Não é difícil perceber que as pessoas mais humildes, como por exemplo os moradores de rua não se escondem atrás de muro algum. Por outro lado, pessoas famosas, chefes de nãções etc são as que mais se beneficiam desses muros.
O curioso é que são justamente elas que tem maior influência sobre as pessoas e pregam a destruição dos muros. De modo geral tendemos a acreditar que estamos num mundo mais livre do que o de outrora. Não se trata de um contrasenso, já que a liberdade pressupõe um mundo sem muros?
A construção de muros está diretamente relacionada à defesa das propriedades. Quanto mais propriedades tanto mais seguros devem ser os muros. Num mundo que cada vez mais se enclausura, qual é a solução de Jesus Cristo para a queda dos muros?
"Qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo". (Lc. 14,33) O mundo jamais poderá ser livre e sem muros se não observar esta máxima. Só construímos muros para protegermo-nos de pessoas que consideramos menos dignas do que nós. Só podemos construir um mundo sem muros se renunciarmos à posse e nos unirmos para formar uma sociedade como a dos primeiros cristãos. (Atos 2,44ss)

Um comentário:

  1. Creio nisso e assim também, Alceu! Tento por isso em prática aqui a começar em mim. Sabe que dá certo? As pessoas nos observam e começam a fazer o mesmo. A respeitar os sem voz e nem vez. Sei que uma andorinha não faz verão, mas podemos começar em nós, né mesmo? Se alguém não começar, não vai dar prá terminar, concorda? Forte abraço. Lourdes Dias.

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