sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Preliminares

 
Não falo na qualidade de um santo, mas de quem durante milhares de anos inundou a terra de sangue, de vergonha, de toda sorte de violências e traições. Sou aquele que primeiro traiu Jesus Cristo. Depois de vagar por dois mil anos pela terra e nela espalhar a semente do mal, consegui enfim ver a minha face no espelho e pude então avaliar as consequências nefastas dos meus atos. O meu Mestre, aquele que traí, por dois mil anos esperava por este retorno. Recebeu-me como o pai que sempre sonhou com a volta do filho. Tornei-me então novamente um homem rico e acho difícil ser mais rico. A única forma de aumentar a minha riqueza seria multiplicar-me. E meu Pai me garante que pode me transformar em bilhões, pois a ele tudo é possível. Não se trata de clonar as carnes. A clonagem perfeita não está na carne, nos ossos, na aparência física, mas sim no espírito. Este porém não se deixa clonar. Somente por meio de um trabalho duro, consciente, inteligente, pode-se chegar a ele. Por isso não é possível ser sem primeiro passar pelo processo de tornar-se. Não nasci o que sou, mas tornei-me... Sei que um traidor não merece confiança alguma, não tem defesa nem justificativa. Mas quem atirar pedras pode estar quebrando seu próprio espelho.

Falando em atirar pedras, os que promovem o uso de armas, mesmo que seja para salvar a sua vida, não deveriam falar de Jesus Cristo. Quem depende do uso delas para assegurar a sua riqueza não pode tomar parte com ele. Quem as usa para garantir a sua segurança não deveria usar o nome dele. Quem diz que não mata, mas defende leis que matam por ele, não devia tocar no nome dele.

A segurança de um tesouro não pode depender de armas. Se isto está acontecendo, então ainda não encontramos o caminho para nos tornarmos ricos de fato. A multiplicação da riqueza não pode carecer de segurança militar, nem de cofres, nem de chaves ou travas, muito menos de dinheiro.

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