sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A parábola do Filho Pródigo

A parábola do filho pródigo


Resumo: Um pai tinha dois filhos. O mais moço não estava satisfeito e pediu a sua herança ao pai. O pai deu-lhe a herança, o filho afastou-se de casa. Em pouco tempo esbanjou tudo e começou a passar fome. Então lembrou-se do pai, junto do qual não há fome, nem violência etc. Descidiu voltar e pedir perdão. O pai o recebeu de braços abertos, vestiu-lhe as melhores roupas, colocou-lhe um anel no dedo e mandou preparar uma festa. O outro filho reclamou, pois sempre estava com o pai e o pai nunca havia feito festa alguma. Mas o pai lhe explicou que tudo sempre foi dele, mas era necessário fazer festa porque o irmão estava morto e tornou a viver.

Explicação: O pai é Deus, criador de todas as riquezas, quem está sempre com ele é dono de todas as riquezas. Jesus Cristo é o filho que sempre está com o pai. Ele deu a sua vida, foi crucificado, mas não foi possível fazer festa. Os seus seguidores foram perseguidos, mortos, caçados até que o reino que estava sendo construído por eles (veja os primeiros cristãos At 2,44-45) fosse totalmente destruído. Apenas a mensagem do reino de Deus foi passada de geração em geração e chegou até nós. O filho pródigo somos todos nós, que não aceitamos a idéia de Deus de compartilhar todos os bens, não vivemos em sua casa, onde tudo é de todos. Jesus Cristo é o filho mais velho, sempre está com o pai, e tenta nos convencer a ficar com ele: “Qualquer um de vós se não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo.” Lc 14,33

Estamos então diante de dois reinos, um é o da não posse, que é o Reino de Deus, pregado por Jesus Cristo e o outro é o da posse, o Reino do Filho Pródigo, o mundo no qual vivemos. Tudo o que foi construído por Deus durante bilhões de anos, nós, o filho pródigo, estamos gastando e esbanjando a passos largos, porque organizamos as coisas ao nosso modo. O que estamos presenciando é uma violência crescente, uma aceleração da destruição das belezas naturais. À medida que as reservas vão se esgotando ficamos cada vez mais preocupados com a nossa sobrevivência, a competição aumenta, nos tornamos mais gananciosos ainda e cada vez mais pessoas passam fome e sofrem as conseqüências de um filho estúpido que não está preparado para dividir.

Chegará o momento, e ele já chegou, em que este filho vai lembrar-se do pai. Vai lembrar-se dos ensinamentos de Jesus Cristo, vai pedir perdão e voltar para a casa.

Mas o que é voltar para a casa do pai? É colocar os ensinamentos de Cristo em prática e construir o Reino de Deus, o reino da não posse. A terra será um paraíso, onde tudo é de todos.

Quando apenas um tomar essa decisão, e for aceito, então essa volta para casa terá início e não vai cessar até cobrir toda a terra. A nossa missão em relação a de Cristo é muito mais leve. Precisamos apenas de um pequeno impulso, um pouco de coragem, sem temer as piadas que vão fazer com a gente. É o máximo que vamos ter de suportar. Mas a recompensa é imediata: a sensação de leveza, de alegria, de justiça, de vida plena não se deixa explicar. Se um tomar essa atitude, logo serão dez, vinte, mil. Todos vão poder experimentar o prazer de andar neste caminho. Ou seja, haverá uma grande festa.

Este é o motivo pelo qual o filho mais velho, Jesus, reclama com o pai. Ele, Cristo, fez tudo por nós, morreu na cruz, teve de suportar sozinho todas as dores. Agora vem este, que esbanjou tudo e logo se faz uma festa para ele. Esta reclamação no entanto é apenas simbólica. Na verdade trata-se de duas histórias do mesmo filho, pois Deus só tem um filho, Jesus Cristo. O Filho Pródigo é a morte de Cristo, o sufocamento do Reino de Deus. A volta do Filho Pródigo é a volta daquele que estava morto e tornou a vida, ou seja, o próprio Cristo. Quando lembra do pai, se arrepende. Quando entra na casa do pai, já não é mais o pródigo, mas o próprio Cristo. Ninguém entra na casa do pai se não for puro. Felizes os puros de coração porque verão a Deus. Quem é puro só pode ser Cristo. Cristo está nele e ele está em Cristo. Eles formam um só e todos que tomarem esta atitude formam um só corpo e um só espírito.

Este movimento vai começar, já começou, vai estender-se ao mundo todo e só vai parar quando ocupar todas as terras. Só quem experimentar esta volta autêntica para casa sabe do que está falando. Ela é simplesmente arrebatadora. E quando apenas uma dúzia tiver experimentado desta fonte de água viva, os que estiverem à volta também vão querer experimentar e então chegaremos ao fim de um mundo estúpido.

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